Qual a melhor tecnologia para conexão com sistemas autônomos no Brasil?

Desde 2020 a demanda por soluções baseadas em VPN (Rede Privada Virtual) e outras tecnologias de tunelamento IP aumentou consideravelmente devido ao trabalho remoto que muitas empresas aderiram por conta da pandemia. O que era uma tendência para o futuro se tornou realidade e empresas do mundo todo tiveram que criar ambientes seguros e com rápida conexão para que colaboradores, fornecedores e parceiros pudessem acessar servidores e aplicações.

As tecnologias mais utilizadas para esse fim são duas


Ponto de troca de tráfego (PTT)
De uma maneira técnica bem simplista, é um grande switch onde participantes presentes como por exemplo, provedores de conteúdo ou datacenters, internet, instituições acadêmicas, etc. aceitam trocar informações de roteamento entre si (via eBGP) e tráfego através de um acordo de tráfego múltiplo (ATM). 


Ser um participante de um ponto de troca de tráfego garante ao provedor de internet ou datacenter acesso à diversos conteúdos de uma maneira economicamente mais acessível, o que contribui para a inclusão de um número maior de participantes, melhorando a qualidade na conexão e experiência de uso para o usuário final naquela região ou cidade.

Trânsito IP
Basicamente oferece o mesmo serviço, mas com a vantagem de repassar aos seus clientes toda a tabela de endereçamentos IPs públicos IPv4 e IPv6 presentes no mundo (serviço comumente conhecido como Full-Routing).  Portanto, o provedor de internet ou datacenter que o possuir não terá seu tráfego limitado apenas no ponto de troca de tráfego regional, o que é mandatório, já que boa parte dos serviços utilizados atualmente são hospedados em estruturas internacionais.

Do ponto de vista financeiro, geralmente ser participante de um ponto de troca de tráfego (PTT) é bem mais barato do que apenas utilizar trânsitos IP pois PTTs geralmente possuem custos fixos para uma porta/conexão ao passo que a mesma capacidade em um trânsito IP se torna bem mais cara devido a modalidade de cobrança ser baseada na quantidade mensal de tráfego utilizado e não na porta, além de outros fatores comerciais.

E é a partir daí que os desafios começam

Com a expertise da Pinpoint elencamos alguns pontos de atenção que as equipes devem considerar na construção de projetos como este a fim de entregar um serviço muito melhor para o negócio.

1. Basear o negócio em apenas um ponto de troca de tráfego
Através de um ponto são estabelecidas sessões eBGPs com outros sistemas autônomos, em busca do “Full-Routing”, ou seja, comercializam trânsito IP sob a estrutura de um ponto de troca de tráfego. Na realidade, quando o cliente está conectado à estrutura, não é necessário gastos adicionais para garantir o transporte/conectividade do seu provedor. Esta modalidade também é conhecida como “Peering”.

2. Assimetria de capacidade – banda
Possuir links de trânsito IP com capacidades inferiores aos pontos de troca de tráfego os quais participam. Quando há alguma falha no ponto de troca de tráfego ou no transporte até ele, o trânsito IP não irá comportar todo o tráfego, gerando um estresse para o usuário final.

3. Interesse de tráfego não mapeado
Algumas operadoras e/ou datacenters optam por contratar trânsitos IPs internacionais para garantir acesso a todo o conteúdo que não estiver presente no ponto de troca de tráfego ao qual participam. Entretanto, quando os clientes destas entidades precisam acessar algum conteúdo que está geograficamente no Brasil sofrem o roteamento internacional, ou seja, a requisição sai do Brasil e passa por uma estrutura internacional e volta novamente para o Brasil, o que prejudica – e muito – a comunicação (alta latência, jitter além de outros intempéries) e diminui a qualidade da conexão.

Geralmente trânsitos IPs são economicamente mais viáveis, porém para uma operadora de internet e/ou datacenter nacional deve ser considerado um levantamento que justifique a aquisição de um trânsito IP com as características citadas acima.

Conclusão
A utilização de trânsitos IPs e pontos de trocas de tráfego devem coexistir em uma operadora e/ou datacenter.

Mesmo possuindo características econômicas diferentes, o ideal é utilizar ambas no backbone de serviços internet.

No Brasil os pontos de troca de tráfego são importantes por possuírem uma quantidade considerável de provedores de conteúdos presentes, fazendo com que a operadora e/ou datacenter não precisem utilizar trânsitos IPs para servir ou requisitar serviços.


** Artigo escrito por André Mascarenhas, Network Engineer da Pinpoint.


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